sábado, 1 de maio de 2010

E o povo?

O que fazer pelo povo?




Gosto muito de caminhar por entre as pessoas mais simples, mais humildes e observar o que elas falam e como elas vivem. Não estou falando de humildade no sentido econômico, mas num sentido bem amplo, comportamental, porque já aprendi que humildade não está diretamente ligada à questão social.

Pois é, foi andando por aí, que sempre me deparei, diversas vezes, com grandes lições de vida, com brasileiros e brasileiros que conseguem viver com o mínimo que o Estado lhes oferece, pois o resto é por conta deles. Nem por isso se acham melhores ou piores que os outros, nem por isso entregam os pontos, se deixam abater pelo descaso. Fazem parte de um povo que não se entrega, ainda que a luta seja diária e a jornada para sustentar filhos - que ficaram por conta de outras pessoas - seja dobrada!

Que povo é esse?! De sol a sol não desiste nunca, luta, buscando melhores dias. E se conservam, em sua maioria, íntegros.

E onde está o Estado? Onde estão os gestores públicos para fazer valer os impostos pagos? Onde está a sociedade civil organizada para cobrar daqueles que devem administrar o Estado?

Estive em Paul e fiquei sabendo que mais uma escola está dispensando seus alunos mais cedo por falta de professores. Mas o que é isso, em pleno século XXI, quando já se fala tanto em inclusão digital, em currículo por competência, admitirmos uma escola pública dispensando seus alunos por falta de professores?

Onde está o povo que não luta por seus direitos? O que fazer pelo povo para que saiba que seus direitos são garantidos por lei?

É preceito constitucional a educação! Mas sem educação, sem escolaridade, o povo não sabe que pode lutar por uma educação de qualidade!

Jorge Miranda, em Teoria do “Estado e da Constituição”, diz que "o povo vem a ser, simultaneamente, sujeito e objeto do poder, princípio ativo e princípio passivo na dinâmica estatal". Se o povo é sujeito e objeto do poder, falta dar a esse povo, tão distante de seus direitos, a condição de exercer realmente figurar no pólo ativo do poder.

Chega de discursos demagógicos! Já passou da hora de dar ao povo o que já lhe fora garantido constitucionalmente! Chega de fazer da nossa Carta Magna uma letra morta, um mero documento que não concretiza a dignidade da pessoa humana!

É isso!

Nenhum comentário:

Postar um comentário